segunda-feira, 27 de junho de 2016

às 3h

ela não esperou pelo tempo
que marcado estava
no relógio de meu quarto


sequer contou segundos
seguidos por cantos
em vento


pois não gostava de água parada
nem de passos passados lentos
no chão


num céu infinito
ansiava por voos futuros
sem aviões e asas a se ver


de mim levava um pouco do resto
de nada que na superfície
de meu presente nadava


e em poema se tornava para
quem sabe no fim fingir
esquecer

domingo, 5 de junho de 2016

mar e ana

há um mar imenso
à frente de ana
que atravessa
inteiro
o meu eixo e que
me deixa sem
entender

ao amar intenso
à frente do tempo
de mar e ana
se em um mês
completo
não percebo o vento
que passa e vê

talvez eu seja
mesmo
viciada em você

quinta-feira, 31 de março de 2016

oração de ir pra rua (às margaridas de luta)

há um sussurro urgente
dentro de uma multidão
insurgente de margaridas
de uma nação
há um sopro que marca
muito do pouco de algo
de uma democracia
em ebulição
há um pavio já aceso
estimulando aquele
orgulho do ovário
entre orvalho machista
golpes fascistas
e olhares conservadores
todos perdidos nas veredas
das verdades vendadas
da vida
que é crua e chama
de oração
o fogo que salvaria
um país
ou todos
mas
que horas são?
quando algumas horas
a mais
ainda são horas
de ir pra rua
à luta
e nada mais

o novo, o novo

Depois de desarranjados seis anos de Caos Eterno, incia-se o novo, o novo, o novo...